Entrevista ao programa Política Cruzada

Benito Salomão participa do programa e explica a atual situação orçamentária da cidade de Uberlândia

Economista Benito Salomão é Homenageado pelo poder legislativo

Comenda Renato de Freitas é o principal título dado a cada 4 anos a pessoas que corroboram com o desenvolvimento econômico de Uberlândia.

5ª FEMEC.

Benito Salomão confere palestra sobre as perspectivas do agronegócio na 5ª FEMEC.

Entrevista à Rede Globo

Benito Salomão fala no MGTV e responde sobre educação financeira e poupança no dia 23/08/2016.

Palestra sobre Dominância Fiscal

No último dia 13/11 Benito Salomão concedeu uma palestra sobre a crise fiscal e o panorama da Macroeconomia para estudantes do curso de Administração da UFG - Catalão.

domingo, 18 de junho de 2017

Previsões Econômicas Pioram

Publicado no Jornal Gazeta de Uberlândia em 16/06/2017
 
Diferentemente do que havia ocorrido em 2016, quando todas as previsões econômicas apontavam para uma aguda recessão, 2017 começou com um cenário coberto de incertezas, patrocinadas pela existência de uma flagrante crise política que dificultava a chamada recuperação cíclica da economia. Em artigo escrito em janeiro, ancoramos nossas previsões para este ano em dois cenários: no pessimista teríamos a reedição do biênio 2015 – 16, já no otimista, o país voltaria a apresentar resultados positivos que, segundo estimamos, seria de 0,4%.

A hipótese que balizava a passagem do cenário pessimista para o otimista, era a de que o governo fosse capaz de aprovar as reformas fiscais no primeiro semestre do ano e, adentrasse no segundo semestre discutindo uma agenda de reformas pró produtividade e crescimento da economia brasileira, sabidamente sacrificados pela matriz heterodoxa de Dilma Rousseff. Em que pese nossas previsões iniciais para o crescimento econômico fossem bastante conservadoras, vista que parte dos analistas previam em janeiro resultados próximos a 1% para este ano, a hipótese que fundamentava nosso otimismo ruiu, o governo além de não aprovar a reforma da previdência no 1° semestre, está mais distante de aprova-la neste mandato, tudo indica com isto, que esta basilar reforma ficará sob responsabilidade do próximo presidente, o qual ainda é prematuro prever quem seja.

Sem a reforma da previdência no curto prazo, o investimento público fica ainda mais comprometido, as taxas de juros devem diminuir o seu ritmo de queda, como já sinalizado pelo BC e isto deverá afetar negativamente o crescimento cujas previsões já eram modestas. Some-se ainda, que as incertezas no campo da política, devem postergar as decisões de investimentos privados na economia, a temeridade quanto ao embarque noutra aventura populista, desperta uma postura defensiva nos investidores, isto afetará negativamente o mercado de trabalho, a renda das famílias e o consumo.

Dado o nosso excesso de conservadorismo no começo do ano, é prematuro ainda, revisar para baixo as nossas expectativas, muito embora 0,4% seja um cenário demasiadamente otimista para 2017, talvez o desempenho seja metade disso, ou pior, talvez pelo terceiro ano consecutivo, o crescimento pode ser negativo. Um desempenho econômico frágil, torna mais aguda a crise política, eleva o risco de que uma ameaça populista emerja das urnas em 2018 e todo o esforço para se equilibrar o orçamento, controlar a inflação e reduzir a taxa de juros se perca. Se em janeiro, o ano de 2017 era uma incógnita, agora com o ano já pela metade as incertezas permanecem.

O único consenso é que o nosso potencial de crescimento para 2017 está limitado ao 0,5%, as apostas de 1,2%, 1%, ou 0,9% realizadas por várias consultorias ouvidas pelo Focus em janeiro, foram gradualmente sendo abandonadas, enquanto a nossa aposta conservadora de janeiro, hoje é tida como otimista. Igualmente, as projeções para o crescimento de 2018 estão sendo revisadas para baixo, o que revela que estamos no pior quadriênio em termos econômicos desde a democracia.

Quiçá estamos diante de outra década perdida, dado que nossa capacidade de crescimento foi estruturalmente diminuída, entre 1930 e 1980 o país cresceu em média 6,5% ao ano, entre 1981 e 2016, a taxa média de crescimento foi de 2,3% ao ano, e pior, se considerarmos exclusivamente o período 2011 – 18, ao se confirmarem as expectativas médias, nossa média de crescimento foi inferior a 1,5% ao ano neste período, o que significa uma estagnação da nossa renda per capita, caso único no mundo. É preciso solucionar urgentemente o impasse político, o julgamento do TSE, que tinha tudo para ser uma saída constitucional para esta crise, optou pela impunidade, e pela manutenção de uma estrutura carcomida de relacionamento entre governo e sociedade, as consequências econômicas disto, serão indesejáveis.

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Conluio Jurídico Político

Publicado nos Jornais Gazeta e Diário do Comércio em 09/06/2017
 
No momento em que escrevo este artigo, o Superior Tribunal Eleitoral debate o óbvio, houve abuso de poder econômico nas eleições de 2014, assim como houve em 2010 e em 2006. Na prática, seria impossível para um governo cujos resultados foram tão modestos e medíocre, permanecer no poder em um regime democrático, após 4 períodos eleitorais consecutivos. As delações dos executivos da Odebrecht e da JBS, apenas tornam explícito, aquilo que todos sabíamos, o abuso econômico do grupo que ocupou Brasília por 14 anos, mais do que garantir a sua perpetuação por longos anos no poder, atirou o Estado em uma condição falimentar.

Por traz da ação política, existiu o estelionato intelectual, que embasou toda a catástrofe econômica, política e ética do país, em outras palavras o desenvolvimentismo, que promete grandeza, igualdade e autonomia para o país, entrega corrupção, estagnação, dependência e pobreza. Evidentemente que a catástrofe não é para todos, ela se restringe apenas à maioria, iludida e enganada, enquanto uma minoria se lambuza de privilégios que lhes permite riqueza e prestígio em meio a miséria.

O encastelamento de grupos privilegiados sob proteção do Estado, é normal nas democracias, mas a construção de uma narrativa que visa vender privilégios como algo estratégico ou socialmente viável é característico das nações com baixos índices educacionais, com instituições fragilizadas e cooptadas por elites econômicas ou burocráticas e, com poucos mecanismos de controle da sociedade sobre a ação pública.

Estas características são evidentes da democracia brasileira, ora, se não fosse pelo abuso do poder econômico, explícito em programas como o PAC, Minha Casa e Minha Vida, que beneficiaram enormemente empreiteiras doadoras da chapa vitoriosa, além de políticas industriais e financiamentos subsidiados que beneficiaram grupos como o JBS, OI, EBX entre outros, que atiraram o Brasil na desgraça fiscal, evidente nas pedaladas que sacrificaram o mandato de Dilma e nos déficits primários que tiveram início em 2014 e devem permanecer até 2021.

No momento em que escrevo este artigo, os ministros do TSE tendem a não utilizar as delações da Odebrecht e da JBS como provas para condenar a chapa vitoriosa da eleição de 2014, justificativas jurídicas à parte, estas delações, embora confirmativas quanto ao objeto das acusações, são desnecessárias. Prova maior pode ser levantada a partir do estudo do orçamento, para o ano de 2014, onde as desonerações tributárias sobre folha de pagamentos, CIDE, IPI, SIMPES Nacional e outros que custaram 1% do PIB, ou ainda pelos desembolsos do BNDES da ordem de 3,4% do PIB, recursos cujo 2/3 se destinaram a grandes monopólios privados. Tudo isto sem contar o crescimento de R$19 bilhões em gastos com pessoal no ano de 2014, como uma forma de cooptar, pelo orçamento, a burocracia.

Enfim, num período em que a justiça e a ética estão voltando ao campo das preocupações sociais, a Lava Jato exerce um papel moralizador e suprapartidário na vida política e econômica do país, as provas de abuso de poder econômico estão postas, pelas mesmas razões que levaram Dilma ao impedimento. É preciso que o TSE julgue com rigor o abuso do poder econômico no país, até por que, em meados de 2017 ainda pagamos com desemprego e queda na renda pela irresponsabilidade dos que ocuparam o governo por 14 anos exaurindo-o financeiramente em busca de dividendos eleitorais e da perpetuação no poder.
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